Navio da Greenpeace faz campanha em Cabo Verde pela pesca sustentável

O navio “Esperanza” da organização ambientalista Greenpeace encontra-se atracado, desde sexta-feira, no porto da Praia, ilha de Santiago, em Cabo Verde, no âmbito de uma campanha para promover a pesca sustentável na costa ocidental africana.
A embarcação, que está no arquipélago pela primeira vez, já foi visitada, logo no primeiro dia, por cerca de 500 alunos de três escolas da capital cabo-verdiana, bem como algumas pessoas e entidades ligadas ao setor das pescas.
Na segunda-feira, decorrerão a bordo encontros com entidades governamentais, organizações ligadas à pesca e à gestão dos portos cabo-verdianos, pescadores e peixeiras, com o objetivo de sensibilizar e comprometer os "responsáveis, as populações para a responsabilidade que todos temos de salvar os oceanos para o futuro".
Em declarações à imprensa, o gestor da campanha "Oceanos" da Greenpeace Africa, Ibrahima Cisse,  alertou para a dimensão da sobrepesca e da pesca ilegal na zona da África Ocidental.
Neste sentido, ele defendeu uma abordagem regional que envolva seis países da região (Cabo Verde, Mauritânia, Guiné-Bissau, Guine-Conakry, Serra Leoa e Senegal), locais por onde o barco irá passar durante as 11 semanas previstas para a missão.
"Estamos aqui para reforçar uma abordagem regional e para ajudar os países a trabalharem em conjunto, porque alguns têm zonas económicas exclusivas enormes e não têm capacidade para as vigiar. Se pusermos estes países a trabalharem juntos, podemos melhorar a gestão das pescas, tendo em mente que a forma como se pesca, as mudanças climáticas e a poluição terão um impacto direto nas populações", disse.
Segundo ele, a pesca em excesso e a pesca ilegal nas águas oeste-africanas constitui uma ameaça à segurança alimentar, às reservas de peixe e à saúde dos oceanos, enquanto a colaboração entre Estados "deve ser reforçada imperativamente".
Ibrahima Cisse recordou que, nos últimos 15 anos, a Greenpeace tem vindo a documentar e a denunciar as atividades das frotas de navios estrangeiros na sub-região, nomeadamente chineses, russos e europeus.
Estas atividades, disse, “comprometem a segurança alimentar e os meios de sobrevivência das comunidades costeiras que dependem em larga medida da pesca artesanal, que tem também vindo a crescer à grande velocidade sem planeamento e regulação”.

Fonte: Panapress

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