FAO ajuda Cabo Verde a preparar programa de luta contra Desertificação

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) está ajudar Cabo Verde na preparação de um Programa Nacional de Luta Contra a Desertificação e Degradação dos Solos, apurou a PANA neste fim de semana na cidade da Praia de fonte segura.

O anúncio do apoio dessa agência especializada das Nações Unidas foi feito à imprensa pelo responsável do projeto da FAO em Cabo Verde, Luciano Fonseca, à margem duma sessão informativa no âmbito da comemoração do Dia Mundial de Combate à Desertificação, que este ano decorre sob o lema “Proteger o planeta, restaurar a terra, mobilizar as populações”.

Luciano Fonseca explicou que o programa que está a ser preparado com o Governo, através do Ministério da Agricultura e Ambiente, “vai ter em consideração toda a problemática de gestão de florestas e a sua utilização como meio que permite às camadas mais vulneráveis garantirem algum rendimento na sua utilização”.

Segundo ele, o que se quer em Cabo Verde é que as florestas venham a ser exploradas, mas de uma forma “controlada e coordenada”, através de um trabalho que envolva grupos organizados e associações, “numa perspetiva de durabilidade”.

Lembrou que já está em execução um projeto de apoio à florestação urbana e periurbana em Cabo Verde que abrange quatro cidades, designadamente Praia, Espargos, Mindelo e Porto Novo, orçado em mais de 400 mil dólares e financiado totalmente pela FAO.

Com o referido empreendimento, pretende-se elaborar planos municipais com ações para a promoção da florestação urbana e zonas verdes nessas quatro cidades.

“Os planos estão em fase de preparação e o grande objetivo é delinear as intervenções que devem ser realizadas nessas zonas, fazer a ligação dessas intervenções com planos diretores municipais, traçar uma estratégia para o melhoramento das zonas verdes nas cidades e o seu embelezamento e criar condições, também, para ajudar as camadas mais pobres a desenvolverem alguma atividade produtiva”, precisou.

Também o ponto focal nacional da Convenção para o Combate à Desertificação das Nações Unidas (UNCCD), Domingos Barros, congratulou-se com o anúncio do apoio da FAO, lembrando que Cabo Verde é um país que, quando alcançou a sua independência em 1975, tinha uma área florestal que não ultrapassava os três mil hectares, mas que neste momento já é superior a 80 mil hectares.

No entanto, ele assinalou que existem no arquipélago cabo-verdiano ecossistemas urbanos e periurbanos que realmente precisam de ser restaurados.

“As mudanças climáticas e a pobreza são as causas principais da desertificação, por isso, combatendo as mudanças climáticas e a pobreza, logo estamos a combater a desertificação”, indicou.

Domingos Barros sustenta que, em termos de ações no terreno, a luta contra este flagelo em Cabo Verde tem tido resultados “satisfatórios”, sublinhando a importância que os sucessivos governos têm vindo a dar a esta luta.

Fonte: Panapress

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