Binter Cabo Verde promete que vai garantir “ligação eficiente” entre as ilhas a partir de 1 de Agosto

A Binter Cabo Verde, transportadora área privada de capital social maioritariamente canário, revelou ontem que a partir de 1 de agosto vai garantir uma “ligação eficiente” entre as ilhas, ao assumir doravante a responsabilidade de realizar os voos domésticos no arquipélago.
Num comunicado de impressa distribuído hoje na Cidade da Praia, esta transportadora aérea “enaltece” a aposta do Governo de Cabo Verde e justifica esta iniciativa face à situação complexa por que passa a transportadora aérea cabo-verdiana e que perdura há muitos anos.

O comunicado do Gabinete de Imprensa da Binter esclarece que, para que o serviço doméstico em apreço seja “realizado com qualidade e de forma eficiente”, o Governo vinha mantendo conversações com os acionistas da empresa a fim de se chegar a um acordo que assegure a continuidade dos transportes domésticos.

“A Binter Cabo Verde, empresa 100% cabo-verdiana criada em 2014 e que começou a operar voos em Cabo Verde em 2016, com licença cabo-verdiana, pessoal cabo-verdiano e aviões registados no país, terá a seu cargo a realização de todos os voos domésticos”, esclarece o comunicado.

De acordo com a mesma fonte, 49% das ações da BINTER CV vão ser leiloadas, para que possam ser adquiridas por empresas cabo-verdianas públicas ou privadas.

Entretanto, o primeiro-ministro confirmou hoje no Parlamento que o investimento do Estado em 19% do capital da companhia aérea Binter Cabo Verde rondará os 1,1 milhões de euros.

Conforme avançara anteriormente, os restantes 30% dizem respeito à cedência comercial das rotas internas e regionais que serão operadas pela Binter, tendo explicado ainda que os 19% do investimento do Governo na empresa serão colocados depois à disposição de investidores nacionais e institucionais.

“O mercado não se fecha à concorrência, uma vez que tanto o Governo como a Binter entendem que este deve ficar aberto à concorrência, pelo que a entrada de novos operadores será aceite sem nenhumas restrições”, indicou ainda a nota da Binter.

Conforme avançado pelo Governo, a partir de 1 de agosto a TACV deixará de operar inter-ilhas, passando esses voos a serem realizados pela Binter Cabo Verde.

A medida gerou alguma desconfiança no seio da sociedade cabo-verdiana sobretudo pela entrega do “monopólio” a uma companhia de capital maioritariamente estrangeiro.

As operações da companhia iniciaram a 12 de novembro passado, na rota triangular Santiago, Sal e São Vicente, depois de a companhia ter obtido o certificado de operador em Cabo Verde, tendo começado a operar com um avião.

Atualmente, já opera com dois ATR, estando a aguardar o terceiro, sendo que em junho vai alargar a sua rota começando a voar também para as ilhas do maio e São Nicolau, a 16 e 17, respetivamente.

Estas duas rotas juntam-se assim à rota para a Boa Vista, que iniciou a 4 de março e à do Fogo, que acontece desde o passado dia 15 de abril, além de Sal, São Vicente e Praia.

Com estas duas novas rotas, a companhia passa a operar para todas as ilhas do país que têm aeroporto, completando sete rotas internas, passando então a 1 de agosto a ser a única companhia a assegurar os voos inter-ilhas no arquipélago.

Fonte: Sapo Notícias

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