Professores católicos defendem introdução de doutrina cristã no currículo escolar

O presidente da Associação dos Professores Católicos de Cabo Verde (APC-CV), Ricardino Rocha defendeu hoje a necessidade de se introduzir a doutrina cristã no currículo escolar nacional.

Ricardino Rocha lançou esse repto em declarações no âmbito do IV Fórum Internacional sobre “Educação e desafios antropológicos em Cabo Verde”, realizado pela Associação dos Professores Católicos de Cabo Verde (APC-CV), que aconteceu este fim-de-semana, sábado e domingo, na Cidade da Praia.

“Nós sabemos que a sociedade cabo-verdiana é de matriz judaica cristã”, disse este responsável referindo que, ao longo da história, a “Igreja esteve à frente da Educação” e que, inclusive, “os cabo-verdianos que mais sobressaíram, em termos de notoriedade, foram estudantes que saíram das escolas criadas pela Igreja”.

“A Igreja sempre esteve ao lado das escolas na promoção de valores da família”, mas atualmente se tem verificado “uma inversão”, realçou Ricardino Rocha.

Nessa linha de ideias, o presidente da APC-CV voltou a defender que a ideologia do género não deveria fazer parte do currículo escolar, mas sim ensinada em casa pelos familiares.

“A ideologia do género é uma teoria que não deu certo em nenhum país. Se nós não temos nenhum exemplo, nenhuma referência do sucesso da ideologia do género, porquê é que nós vamos aceitar a ideologia do género em Cabo Verde?” questionou.

Entretanto, Ricardino Rocha fez questão de deixar “bem claro” que a associação que dirige não é contra a ideologia do género no que se refere ao empoderamento das mulheres.

“Sabemos que há movimentos sadios que defendem a participação das mulheres na vida pública, o direito ao voto, o que nós professores católicos acordamos e aprovamos”, ajuntou.

Por outro lado, informou que durante estes dois dias de trabalho estiveram a ver “alguns sinais” em relação à introdução da ideologia do género em Cabo Verde, que “atacam” principalmente a família e também as escolas, nomeadamente “a supressão das comemorações do Dia do Pai, da Mãe, da Família para ser substituída por outra coisa”.

“Neste caso não se fala mais sobre a família tradicional e fala-se em famílias… Nós vimos que esses perigos estão a sondar a nossa sociedade, as famílias e as escolas”, disse, sublinhando que a ideologia do género e movimento LGBT “são duas coisas que não têm nada a ver uma com a outra”.

“O que se verifica muitas vezes na prática é que um se aproveita do outro”, concluiu.

Fonte: InforPress

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