Portugal vai debater com Cabo Verde mobilidade e candidaturas conjuntas a apoios de investigação

A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação portuguesa, Teresa Ribeiro, afirmou no dia 26, que Portugal e Cabo Verde vão preparar as "reais possibilidades" de candidaturas conjuntas no âmbito de programas europeus na área da investigação.

Este é, aliás, um dos assuntos que, segundo a Lusa, pode estar na agenda da cimeira bilateral entre os dois países, já anunciada para este ano, embora ainda sem data marcada. Uma cimeira que, “em princípio”, deverá ocorrer em Portugal.

Teresa Ribeiro admitiu que a mobilidade como um dos temas com interesse no quadro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, mas também nas relações entre Portugal e Cabo Verde.

Sem querer avançar com outros pontos de agenda de uma cimeira ainda sem data, a secretária de Estado diz que “há uma área para a qual os dois países pretendem olhar com maior atenção, que é a da investigação”.

Os dois países pretendem analisar as possibilidades que existem de, “no quadro europeu, explorarem candidaturas em que Cabo Verde possa ser associado. E estou a pensar em programas na área da investigação”, refere a diplomata.

Os projetos de investigação podem ser na área dos oceanos, das alterações climáticas e de outras, referiu.

“São áreas que devemos aprofundar, ver as reais possibilidades e avançar para candidaturas conjuntas”, afirmou a secretária de Estado.

Sobre a mobilidade, Teresa Ribeiro defende que a dos estudantes, a cultural e a empresarial “serão dimensões que podem avançar mais facilmente antes de um alargamento a todos os cidadãos”.

Mobilidade e CPLP como comunidade de povos

Ressalvando que a CPLP tem os seus mecanismos próprios, a responsável governamental admitiu, no entanto, que temas como a mobilidade “sejam igualmente discutidos na cimeira” entre Portugal e Cabo Verde.

“Portugal, tal como Cabo Verde, é um país que entende que a CPLP será tanto mais forte quanto for capaz de envolver os seus cidadãos na construção dessa comunidade, que não é apenas uma comunidade de Estados”, afirmou.

Os oceanos e a economia são outros dos assuntos que interessam aos dois estados, admite, e por isso também podem fazer parte de uma agenda da próxima cimeira.

Para a politica, a cimeira entre Portugal e Cabo Verde foi anunciada a 14 de janeiro pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação portuguesa, no primeiro dia de visita oficial que fez aquele país. Revela que o encontro, em data ainda a definir, será a quinta cimeira bilateral, ocasião que será aproveitada para rever a cooperação entre os dois países.

Já para a cimeira bilateral de Portugal com o Brasil, anunciada no início deste ano, também ainda não há uma data, garante a Secretária de Estado da Cooperação.

“Temos agora um governo em funções, muito recente, e portanto haveremos de ter uma cimeira, mas ainda não há datas e acho que ainda é muito cedo para termos perspetivas de agendamento”, concluiu Teresa Ribeiro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, tinha exprimido o desejo de que a próxima cimeira bilateral anual com o Braisl se realizasse este ano em Portugal.

“No ano passado, devido ao calendário eleitoral brasileiro, achou-se que não fazia sentido fazer uma cimeira antes das eleições presidenciais. A próxima cimeira já será com o Presidente Jair Bolsonaro. O Presidente da República convidou o Presidente Bolsonaro para visitar Portugal, trabalharemos na diplomacia para que as duas ocasiões se aproximem”, disse Augusto Santos Silva a 03 de janeiro.

O objetivo, explicou na altura, é que a visita do Presidente Bolsonaro como convidado do Presidente português coincida com a cimeira Portugal-Brasil, ao nível dos chefes do Executivo, e que juntará o chefe de Estado do Brasil e o primeiro-ministro português.

Sobre a relação bilateral entre Portugal e o Brasil, o chefe da diplomacia mostrou-se confiante de que as boas relações continuarão com o novo Presidente brasileiro.

“Temos uma agenda comum, uma concertação habitual de posições no espaço internacional, e nada me faz pensar que essa agenda em comum e essa concertação de posições possam estar em risco”, disse a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação portuguesa, citada pela Lusa.
Fonte: A Semana

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