São Vicente: Cabo Verde e União Europeia cientes de que desafios dos oceanos são globais

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação admitiu hoje, no Mindelo, que os “grandes desafios”, hoje, são comuns e dos oceanos e sempre baseado no multilateralismo, que não são só dos Estados.

Carlos Moedas discursava momento após ter rubricado com o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, um Documento Quadro para a Cooperação e Investigação Marinha entre Cabo Verde e a União Europeia (UE), que “reconhece e estimula” a investigação marinha e oceânica no contexto da cooperação da UE com o Atlântico Sul.

Trata-se de uma forma que a UE encontrou para reforçar a cooperação em matéria de investigação dos oceanos com os países do Atlântico, em particular a investigação marinha e sobre as alterações climáticas.

Ademais, como referiu Carlos Moedas, os oceanos são “prioridade científica e política” da UE e o Documento Quadro vem na esteira da Declaração de Belém (Portugal), rubricado ano passado pela União Europeia, Brasil e África do Sul.

“Ficou a faltar alguma coisa importante, era preciso fazer mais e a resposta é Cabo Verde, pelo que juntamos hoje mais uma pedra na cooperação atlântica”, lançou Carlos Moedas, para quem “nenhum dos problemas atuais” pode ser resolvido por um único país.

“Temos que nos unir entre os países, as pessoas, as empresas e as organizações não governamentais, sem o qual não resolveremos os problemas que estão à frente”, concretizou, já que os oceanos não existem no vazio, o que são é apenas uma peça numa “grande máquina”, que é a solução dos problemas hoje no mundo.

Carlos Moedas, que começou o seu discurso lembrando Cesária Évora, quando disse sentir-se em casa, considerou que o Documento Quadro vai ser “muito bom para a Europa e para Cabo Verde”, pois os oceanos são o centro das políticas europeias com aqueles que os partilham, e Cabo Verde é “país exemplo” na Europa.

E terminou citando o poeta Jorge Barbosa: “O drama do mar, o desassossego do mar sempre, sempre dentro de nós”.

Na mesma linha, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, classificou o acordo de “muito importante” para Cabo Verde pelo “impacto essencial e fundamental” que terá na vida do país.

Resulta, ajuntou, de um processo de partilha entre Cabo Verde e a União Europeia pois, “mais do que aspetos monetários”, partilham valores, o passado voltado para o futuro, incluindo o desenvolvimento responsável.

Por isso destacou a importância de se promover as parcerias, pois investigar “obriga a este espírito de parceria” para “pensar global e agir localmente”.

“Este acordo vem reforçar as parcerias para colocar a investigação ao serviço do desenvolvimento do país e dar oportunidades aos jovens e aos investigadores cabo-verdianos que queiram colocar a sua capacidade ao serviço do desenvolvimento do mar e dos oceanos”, ajuntou, num quadro de parceria entre países para “servir Cabo Verde e o mundo”.

Por isso, Olavo Correia agradeceu a União Europeia por ter assinado a acordo, que terá impacto “direto e imediato” em relação à investigação sobretudo à promoção dos oceanos, de forma responsável.

“Cabo Verde é um imenso mar e o Governo tem que criar todas as condições para num quadro de parceria alargada e internacional para os mares e os oceanos sejam colocados ao serviço dos cabo-verdianos e do mundo, com responsabilidade”, concluiu o vice-primeiro-ministro.

Intervieram ainda na Reunião de Alto Nível, enquadrado na conferência ministerial “O nosso oceano atlântico para o crescimento e bem-estar”, representantes dos governos da Irlanda, França, Espanha, Portugal e Alemanha.

Fonte: InforPress

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